Sincronicidade
Cinco anos. Que aprendizado da gota! Para ambos.
Uma amizade pautada na partilha e, porque não, em alguma desconfiança, relação homem e mulher de amizade, só se for muito bem delimitada. E não era o caso.
Um queria descobrir o mundo. Se tornar conhecedor do sexo oposto, desvendar o universo feminino para entender o que havia acontecido. Enquanto por outro lado sentia falta do amor que havia idealizado. Então bateu em muitas portas, em algumas encontrou meias respostas, em outras, lições, todas necessárias. Ganhou a experiência que ansiava, e também frustração. Retirou parte da ansiedade e da idealização e ficou a vontade de amar e ser amado. A resposta era essa, simples, para um caminho tão longo. Coisas da vida.
A outra não entendia de amor sem dor, e essa certeza oculta era tão enraizada que dispensou quem não tinha luta e dor a oferecer junto com amor. Então amou e foi amada, sempre amor com uma dose de dor, de doação, de se tornar responsável por curar a dor de seus homens, talvez assim curasse sua própria dor. Mas a fórmula poderia ser diferente! Conseguiu afinal enxergar isso. Fechou as portas do passado, passou a abrir novas portas. Errou novamente a fórmula, cansou, amadureceu. Fechou as portas, todas. E ficou feliz sozinha. Não pensava mais em amar e ser amada, havia aprendido a se amar, e isso parecia suficiente.
Então o acaso resolveu juntar essas duas pessoas, era hora de testar o que aprenderam.
Dois alunos aprendendo um com o outro. A amizade e a confiança partilhada no tempo garantindo o olhar de compaixão e o respeito com a trajetória do outro. E fizeram a prova de amizade, e foi boa. E arriscaram a prova de química, e também foi boa.
Se irão passar nas outras provas juntos? Não importa agora. Um dia de cada vez. A vida é agora.
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