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Pertencimento

Atravessar avenidas e avenidas a pé em Recife, dá um faniquito! Marzão de carros, deixei se aproximar a sensação inquietante, e me senti uma piabinha anônima e perdida. -"Carai", quem sou eu aqui!? E uma voz lá de dentro me disse: NINGUÉM! Mas rebati.  - Sou Luciana, sou filha de Ana e Lula, sou mãe, e sou mulher, eu sei de onde vim. E emendei em resposta para a sensação do nada: Foda-se!  E senti o calor de estar em mim de novo. E pensei, posso morrer mas sei quem sou, eu sei quem sou. Sentir pertencimento deveria ser um direito, não um privilégio. Sou privilegiada.

Lôra

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 Abanando o rabo e se abaixando, submissa e pedinte, apareceu do nada na porta da cozinha do sítio.  - Meu Deus, pequena, vem cá! E coloco no braço.  - Gente, ó o que apareceu aqui, do nada! De onde?  Sem comida não vai ficar... mas cheia de carrapatos, antes, banho. Cheirosa, limpa e de barriga cheia, começa o dengo (e o impasse).  Lu, não dá trela, a gente NÃO VAI FICAR COM ELA!  não vai ficar com ela... não, ela... (e o não vai ficar vai ficando cada vez mais minúsculo...) Passa a primeira noite, ela fica, chega a segunda noite, ela fica... e painho:  - Gostei dela! (BINGOOO!)   Mainha reluta um tico mas também consente. Nen adora cachorro, também está dentro.  Mel, que nem no sítio tava, também quer. Dandara lascou-se, só ela contra, ciúme da gota. E tome dengo também em Dandara para amansar a fera.  Finalmente, até Dandara consente. E no dia de vir embora, Lôra, Lorinha, Galega, Sarará, SOME! do mesmo jeitinho que chegou, sumiu...