Algo que era essencial se evaporou... Eu tinha necessidade de saber para onde voltar, ou para onde ir. Minha casa era meu território e uma continuidade minha, um pequeno lugar sob o meu domínio e que eu entendia como uma extensão minha, até na bagunça. Eu tinha que ter o controle.

De repente no meio do processo, eu já com tudo desenhado e esquematizado: vou faxinar, arrumar, vou vou vou. Ouvi:

- Fica! Por que não fica? E fiquei. Não esperava tanta repercussão. Me liberei para ficar mais e quando voltei tinha perdido a conexão com a minha casa. Ela não era mais essencial. Essencial é eu estar comigo, o resto é resto. Posso sair da casa de mainha e voltar pra casa, ou alugar outra casa, ou ficar aqui. É engraçado, não sinto apego por lugar nenhum. Não no momento.

Eu estou bem onde eu estou bem. E no momento eu estou bem onde estou.  É bom e me basta.



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