Sim, atravessei um imenso deserto de entulhos, aridez e fogo. Ardi e queimei, achei que estava no inferno e ficaria ali. A intuição dizia, segue! E eu fui ardendo, queimando, me desmanchando, chorando, tateando sem luz. E então comecei a sentir o vento, o vento! E queimei cada vez mais rápido, mas já não doía, eu queria estar ali. E surgiu uma luz, a que eu só intuia e que agora vejo. Aprendi a andar na escuridão e já não tenho medo, a luz está em mim e eu sai da caverna. Levei muito tempo para aprender que é seguro andar no escuro, andar no escuro e aceitar a impermanência. Andar no escuro traz todas as possibilidades. A luz se faz e se desfaz, é bonito estar aqui, o escuro é infinito em percepções. Quero segurar alguma? Segurar e soltar faz parte, é a dança da vida.
Eu saí e sair é tudo que importa.

Escrevi o que sinto, e agora voltei porque encontrei o que talvez simbolize o que estou vivendo. Trouxe para cá para saber que o percurso que estou fazendo já foi feito milhares de vezes, embora cada um seja único.


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