A nova juventude
A NOVA JUVENTUDE
E surge uma nova tribo. A nova adolescência começa nos enta.
Uma adolescência que
casou, descasou, não casou, criou os filhos e (re)descobriu o “curtir a vida
adoidado” após os quarenta.
Olho pra nós. Pra nós?
Sim, o bar está cheio. E sorrio. A música está alta, não ouço a conversa,
mantenho o olhar tranquilo, de quem sabe o que quer e quer estar onde está. O
que antes me parecia inebriante as vezes se torna uma sequência de reprises,
mas isso é um segredo. Não é legal não estar legal. Alto astral!
Fulano que já ficou com
sicrana, que tenta seduzir beltrana, que ficou com fulustreco, mas que a amiga
disse que foi só uma ficada, agora quer se chegar pra mim, ou pra minha amiga, tanto
faz num tanto fez. O sentimento passa ao largo, hoje estou cansada. Mas sorrio
ouvindo o cabra e balanço o copo, sorrir e balançar o copo é cool e faz parte,
cumpro o ritual com olhos cansados e fisionomia altiva.
Tou com saudade de
amar. Sinto isso. E ouço uma vozinha... sei, e quando tá amando sente falta da
liberdade... Ei! Não invada! E não era amor, era paixão, me justifico e me
espanto.
Tas até aqui? E afasto
a autocrítica com um pensamento delicado: Te dana!
Que dilema é esse numa
bar? Vai dançar e beber!
Eu? E descubro que a
vontade é da minha casinha e da minha companhia, e da camisola confortável e da
calcinha folgada.
A noite é uma criança e
tou ficando adulta.
Comentários
Postar um comentário