Mau humor terrível, nada se encaixa. Mainha, o que tu tem? Não sei, nem eu me aguento.
Como assim não sabe? Não sei. Se minha mãe tivesse uma carreira de peito era uma porca, ela não tem, logo... mas nada é tão simples assim. Não sei, PONTO. Morreu o papo.
Vai pra Aldeia neste final de semana? Vou não. Vou ficar comigo.
Até que ponto pode-se implodir sem explodir? A pergunta martelava. O medo de me desconjuntar rondando. Calma, vai com calma, um passo de cada vez. Isso não está instalado para fazer graça, então deixe se aquietar, recomendou o bom senso com a maturidade, num eco vindo de algum canto.
Ouvi que entre os 35 e os 50 a crise da meia idade chega batendo, questionando as expectativas e as demandas frente a sua verdade, aquela abafada tanto que você nem sabia que existia.
E isso veio acompanhado do texto de Clarice: Se eu fosse eu. Um texto muito foda. A explicação sobre ele também.
As coisas clarearam, putz! Eu tantas vezes não sou eu! Mas tou aprendendo. E isso traz gratidão, uma gratidão imensa por estar viva, desproporcional, bagunçada e até sem perspectivas. Quem está acomodado percebe? Mais difícil. Então quando a tempestade chegar, amarre o barco e espere, observe, deixe fluir.
Simplifique as demandas. Tire as expectativas. E aguente.
E descubra, se descubra.
Poder caminhar a manhã inteira perambulando, e tomar um café, e decidir que naquele momento era o momento de fazer o piercing tão adiado por anos, procurar no Waze (piercing) porque tava a pé e tinha que ser perto, e fazer o que tinha vontade.
Como fiz as luzes, o outro furo na orelha sozinha, fazer o piercing assim, porque deu vontade, porque trabalhei e tenho dinheiro para fazer, porque o corpo é meu, a vida é minha.
Da falta de perspectiva à gratidão por ser sim, bagunçada, imperfeita, inacabada, cheia de particularidades, e porque não? Eu posso. definitivamente, eu posso. Você também pode. e se vai explodir ou se reconstruir, aí é contigo.
E num rompante de alegria. Sim, eu posso o que eu quiser (e puder) enquanto tiver saúde e autonomia.
E num rompante de fúria e força. E quando a morte chegar?
Desejo ela na minha frente, sem guerrear, é outro processo que desejo viver, só não desejo agora.
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