Ser mulher, as vezes

 Ser mulher é FODA!

- Melhor andar na pista principal. Conselho cuidadoso. 

- Lu, leva esse ferro, é leve.

Cuidado amoroso.

- A senhora tá vindo do sítio do Major? Tou. Foi até as placas? Fui perto. Vá pra lá não, fica esquisito.

Outro conselho cuidadoso, motoqueiro desconhecido.

E assim, cercada de cuidados, caminho mais pesada do que sou. Ser mulher pesa.

Porra! São tantas trilhas massa fora da pista principal! Por que não? Foda-se! (não sem antes o grilo falante: - Lu, a gente vai? Então vai ciente de que podemos nos lascar). Vou, cale a boca que tu também pesa. 

Se saí da pista principal? Hoje saí. Saí com medo. Não sem antes de relaxar escutar se vinha alguém, prestar atenção se vinham passos etc etc etc.

Então sentei, relaxei, só eu sabia onde eu estava, eu, a natureza e a liberdade. Preciso fazer mais isso.

Na volta reencontro a cobra morta que vi na vinda, passei por ela na pista, linda e colorida e morrida matada. Sorrio:

Danada, tu morreu só por ser cobra.

Eu podia morrer por ser mulher. 

Né foda? Mas já tava de bom humor demais pra avaliar muito.

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