Curada? Início da cura.
Ansiedade imensa, sensação de insegurança, de não ser capaz, de não conseguir parar de fazer coisas e de que não dou conta, vontade de ficar quieta, escondida, medo, sensação de perigo e de que não sou capaz de lidar com as inúmeras possibilidades de perigo e insegurança e coisas que tenho para fazer e resolver. Falei tudo para Ana.
Ana conversa, conversa, me pergunta se eu acho que os perigos são reais ou se estão aumentados. Aumentados. Muito.
Ana me pergunta se eu sinto que os sentimentos e as emoções são de agora ou se vem de quando? Do passado.
Ana fala sobre o meu medo, a minha insegurança, e se eu gostaria que alguém resolvesse por mim, se eu gostaria que alguém me acolhesse. Sim!
E continua:
Você conseguiu dar conta das coisas que tinha para resolver, mesmo com medo e insegurança? Sim.
Você acha que essa insegurança, esse medo, essa necessidade de acolhimento, vem do passado. Quem no passado deixou de te acolher e está te trazendo essas sensações? Eu mesma pequena.
Ana se surpreende.
Não é a sua mãe!? Avalio e avalio, e respondo. Não, quem me traz esses sentimentos sou eu mesma pequena.
Ana diz: ótimo, então está muito mais perto.
Como assim, Ana? É um diálogo de você com você mesma. A Luciana adulta deve conversar com a Luciana criança e dizer a ela que é capaz, que ela pode ficar sossegada.
A Luciana adulta está CURADA e deve conversar com a criança que insiste em sinalizar que precisa de colo e apoio, que é capaz de resolver as coisas e dar esse colo e apoio.
A Luciana adulta está mexendo em caixas que estavam fechadas, e está querendo mexer nestas caixas, então é natural que avaliando o que está nestas caixas do passado, os sentimentos e emoções brotem. Nestes momentos pare, respire, volte ao presente, se mantenha atenta ao presente, tome posse de que está no presente.
É natural que isso aconteça, você quer mudar, quer descobrir o que estava guardado. Está tudo certo.
A Luciana do presente sabe dar colo à criança do passado, a Luciana cresceu, cuida de si, se sustenta, é mãe, criou um filha que está adulta e bem criada. A Luciana do presente viveu muitas coisas e ainda assim cresceu. Ela é capaz de lidar com a vida.
E assim saí da terapia me sentindo bem. Agradeci a Ana, que explicou que eu mesma trouxe as respostas, que ela funciona como um ego acessório, que me ajuda a organizar as peças que eu vou colocando na mesa, que como ela pode olhar de fora da minha história, as vezes a resposta que eu me dou é muito clara, ela só me ajuda a ver.
De fato, estou na minha primeira semana de férias, apesar de todos os sentimentos e emoções tortuosos, cuidei da casa e da alimentação de Mel, com suspeita de covid, cuidei do prédio, resolvi coisas, até a geladeira que queimou o motor, resolvi o gelágua. Resolvi contas e pagamentos, organizei coisas pendentes.
De fato, vi e senti que sou capaz, e que muito, mas muito em mim dessas emoções e sentimentos são boicote contra mim mesma, e mesmo assim eu vou em frente.
Vi que não preciso de tanto sofrimento antes de resolver coisas e vi que essa sensação de incapacidade e medo vem da necessidade de colo. E isso eu mesma posso me dar.
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