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Mostrando postagens de julho, 2021

Ficcionar vôos sem rota, erráticos, para um bando de gaivotas audazes, buscantes do infinito.

Vôo sem rota, errático, audaz e buscando o infinito? Hum, isso num cheira a paixão? Ói seu moço, nem sempre é sábio. Lembra um tico a história do buraco. Não vi o buraco, cai no buraco. Vi o buraco, cai no buraco. Vi o buraco, cai pelo hábito. Mô véi, uma tuia de pena vai ficar na porra desse buraco. Tira esse errático, bota um intuitivo ali. Vôo sem rota, intuitivo, audaz e buscando o infinito! Isso dá mais segurança!? Eu acho! Se depenar quase inteiro é cansativo, tenho mais idade não. Intuitivo né mais lindinho? Dá até pra imaginar as lindas gaivotas, audazes e livres, e a gente voando com elas um vôo intuitivo num céu azul e sem nuvens... Traz até a vontade de voar pra dentro! Mas, e tem buraco dentro? Oxe, tem é cratera! O que muda é a queda. Pra fora machuca. Pra dentro liberta.
 Cedo hoje, Um rapaz mal vestido e descalço vem correndo na Rua da Hora com um saco na mão, vem em direção aos carros, sinto medo e acelero. Medo. Quando sinto alívio porque ele não alcançará o meu carro, olho pelo retrovisor: O olhar dele é de pânico, fuga. Sangue escorrendo da cabeça para o rosto e pescoço. Outros carros também tentam se desviar dele. Caralho, que porra de vida é essa????? Vou voltar. E que porra vou fazer com esse cara!? Sei la! Restauração, deixar ele perto da casa dele. Sei lá! Volto com medo. Ele não está mais lá. E sinto alívio e dó. Uma dó imensa dele, e também nossa, desse pânico estabelecido. E o dia fica uma merda. Em frente. Duas horas depois esqueci dele e minha vida entrou na rotina.

O incêncio

 Dois andares, cinco apartamentos, um é o meu. Chego cedo e sem render estudando, decido um cochilo, tudo melhora depois de um cochilo... no sono ouço uma coisinha longe longe... certamente não é comigo... - ABRA O PORTÃO, tem alguma coisa pegando fogo na casa de D. Fofa! (setenta e poucos anos, minha vizinha). Grita Bal, o pipoqueiro da clínica ao lado. - ABRA O PORTÃO! Tem alguma alguma coisa pegando fogo na casa de dona Fofa! Grita Bal de novo. Seu Valdir: - O QUÊ!??? (oitenta e poucos, meu vizinho de cima) Acordo e me sento. Pera... pera... Seu Valdir grita da janela: - Eu não posso fazer nada! (motivo de gargalhada depois, só muito depois)... Pulo da cama com o coração batendo na garganta, corro pro controle e abro os portões. Pode subir, pode subir!!!! Grito e desço pra entender o que é. Da área de serviço de dona Fofa sai muita fumaça e cheiro de queimado, ninguém em casa. Subo correndo, Bal já descendo, as portas estão fechadas e não tem ninguém. Bal, sensato: - liga pros b...

AUSCULTAS E DEVANEIOS

Pois bem, era uma vez um povinho muito complicado chamado humano, criado por Deus.  E Deus achou que daria certo! (E é. Achou? Mas Ele não é onisciente? Cala a boca!).  Deus criou o livre arbítrio e deu-o aos humanos sabe-se lá porque, então os humanos sempre, desde sempre, destroem tudo que vão encontrando pela frente, e se destroem também.  E de vez em quando outras partes que também foram criadas por Deus se revoltam, como a natureza degradada, e inicia-se o pandemônio. Não, o pandemônio não foi criado por Deus, ele é filho do livre arbítrio.  Pois bem, digamos que o vírus atual é um fruto do pandemônio, que é fruto do livre arbítrio. Mas, e onde Deus está nisso tudo? Ele está esperando pacientemente. Pois é, Ele espera pacientemente que seu filhos amadureçam, encarnações após encarnações, pandemônios após pandemônios.  Mas e o Onipotente e o Onipresente? Olha, tas querendo muito demais! Com o onipotente ele resolve rapidinho! Mas... digamos que a onipotência...
  Dura, quente, terna, fria, amorosa, seca Ângulos diferentes de uma mesma existência Não se desespere Apenas momentos De açoite ou de afago Cada um traz sua beleza E ensina a seu modo Algum tempo é tudo que temos Dor e êxtase Solidão e multidão Vazio e plenitude Não se prevê o que virá Receba e sinta e viva Esse é o momento que tens O presente, a vida