Cedo hoje,
Um rapaz mal vestido e descalço vem correndo na Rua da Hora com um saco na mão,
vem em direção aos carros, sinto medo e acelero. Medo.
Quando sinto alívio porque ele não alcançará o meu carro, olho pelo retrovisor:
O olhar dele é de pânico, fuga. Sangue escorrendo da cabeça para o rosto e pescoço.
Outros carros também tentam se desviar dele.
Caralho, que porra de vida é essa????? Vou voltar. E que porra vou fazer com esse cara!?
Sei la! Restauração, deixar ele perto da casa dele. Sei lá!
Volto com medo. Ele não está mais lá. E sinto alívio e dó.
Uma dó imensa dele, e também nossa, desse pânico estabelecido.
E o dia fica uma merda.
Em frente.
Duas horas depois esqueci dele e minha vida entrou na rotina.
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