Ele
Ele ama? A mim, não sei.
Ele é disciplina na presença e solidez, e isso é raro e gostoso. Ele é toque ao dormir, mãos entrelaçadas, e lembra amor quando está desarmado. Ele não é paixão, se era no início, parece que passou. Estar com ele é seguro e agradável, mas não todas as vezes.
Muitas vezes sinto vontade de abraçar e ser doce, e até dizer que amo, mas não tem espaço. Noutras não sinto, não tem propósito. Discos e livros.
Há momentos em que sinto muita vontade de distância. A paciência dele é curta, as vezes muito curta, e ele pode ser muito soberbo e sarcástico. E isso cansa. Cansa muito ser inadequação. Há momentos em que nenhuma palavra que eu diga parece adequada, e ele contorce o rosto com irritação. Então seus foras desnecessários me cansam. E sinto uma vontade imensa de me levantar e sair.
Não, eu não me sinto estúpida, não quando Ele tem esse olhar para mim, eu sinto bater e dá vontade de me fechar.
Mas não saio. Ainda há muito a aprender. Ainda não é o momento. Talvez o momento não chegue, ou chegue. O tempo dirá.
Ele tem muita memória, uma prodigiosa. E leu, leu muito. É a pessoa com maior arquivo de informações que eu já presenciei. Tem articulação, conhecimento e inteligência. Talvez falte mais sabedoria e paciência, talvez seja a fúria pelos motivos que o levou a devorar informação.
Ele é acolhimento e aconchego, é rispidez e chateação, é proximidade e distância. Ele é silêncio que acalma e metal em atrito que enerva.
Ele é Ele. Luciana é Luciana. Ele e Luciana existem enquanto resistem.
"O problema não é do romantismo, o problema é do seu narcisismo que acredita".
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