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Mostrando postagens de dezembro, 2022
2022
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Li que há pessoas que contam épocas por casas onde moraram. Descobri que conto por sentimentos e pessoas. Neste ano descobri que muitas interpretações que estavam cristalizadas precisam ser revistas e questionadas. Podem existir soluções melhores. Neste ano vi que namorei um amigo. E em amigo se transformou. Neste ano perdi um amor. Metais em atrito. Dureza, aço e divergência. Distância. Se tornou prioridade rever a perda, não negar o que sussurrava e inquietava, e achei que era possível uma solução melhor, reconstruir caminhos, desfazer descuidos de palavras e ações, voltar passo a passo com afeto. Fui com medo, acostumada a me fechar e seguir, e carregar peso. Quis voltar, soltar o amor. Aprender a lidar com a vida sem ser tão reativa. Descobri que muitas vezes estou errada e não sou só eu, as vezes são apenas feridas se cutucando. Não foi como eu desejei, a outra parte estava bem resolvida. Adulto ele. Em desalinho, eu. A questão era minha, aprendi. E sigo.
Uma sujeita de sorte
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A dor tem sido minha grande companheira por todo este ano. E defino. A dor educa. A dor disciplina. A dor aquieta. A dor aprofunda. Não existe meio termo. As coisas ou são, ou são. E você que lide com isso. A dor física me ensinou a necessidade de disciplina e cuidado. E tive. Eu me respeito, eu me vejo e eu me cuido. A dor física me ensinou a não fugir, para ela não há subterfúgios. E também me ajudou a não fugir na dor emocional. Juraria que escutei: Mulher! Não foge, não se distrai, mergulha! Cuida de dentro também. E eu não fugi, nem quando tive muita vontade. Seria fugir de mim mesma e não há escapatória. Fiquei. Não sem dor, não sem medo. Mas fiquei. Não paralisada. Segurei os olhos abertos enquanto atravessa o meu desconhecido. Saio deste ano melhor do que entrei. Mais lúcida, menos lúdica. Mais firme, menos suave. Mais mulher, menos menina. A encanto permanece, boa parte da doçura também. E esperança. Doçura e aço. Sou mais Luciana do que já fui em ...
Amor
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Amor é o que se sedimenta e cria raiz. Não é a criança que exige atenção. Também não é a que fere com palavras duras. Isso é duelo. Disputa. Cabo de força. Feridas antigas exigindo atenção e vencedor, cada uma ao seu modo. Amor não é a espada e nem o general. Talvez o Amor seja o que ficou submerso, que alheio às correntezas sabe o seu valor. Amor é a lembrança da Potência dos afetos, do cuidado, da maturidade, dos abraços, dos momentos bons (e até bobos) compartilhados, dos tristes acolhidos. Talvez o amor seja o que se mostra após a água descansar e ficar límpida. E no presente ou não, o amor se torna um presente.