Uma sujeita de sorte

A dor tem sido minha grande companheira por todo este ano. E defino. A dor educa. A dor disciplina. A dor aquieta. A dor aprofunda. Não existe meio termo. As coisas ou são, ou são. E você que lide com isso. 

A dor física me ensinou a necessidade de disciplina e cuidado. E tive.  Eu me respeito, eu me vejo e eu me cuido.

A dor física me ensinou a não fugir, para ela não há subterfúgios. E também me ajudou a não fugir na dor emocional. Juraria que escutei: Mulher! Não foge, não se distrai, mergulha! Cuida de dentro também. 

E eu não fugi, nem quando tive muita vontade. Seria fugir de mim mesma e não há escapatória.

Fiquei. Não sem dor, não sem medo. Mas fiquei. Não paralisada. Segurei os olhos abertos enquanto atravessa o meu desconhecido. 

Saio deste ano melhor do que entrei. Mais lúcida, menos lúdica. Mais firme, menos suave. Mais mulher, menos menina. 

A encanto permanece, boa parte da doçura também. E esperança. Doçura e aço. Sou mais Luciana do que já fui em toda a minha vida.


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