Muitas vezes é difícil mesmo
não adianta o quanto aprendi, não adianta o quanto observei, não adianta o quanto mudei
algumas vezes simplesmente o que penso e racionalizo não é capaz de suportar a pressão emocional
e os padrões voltam escangalhando a estabilidade e a observação equilibrada
ouvi hoje de manhã que a emoção ocorre no nível físico, na junção entre pensamentos e corpo
pois mal, racionalmente estou presente, mas no encontro da mente com o corpo, o meu corpo não mente
ontem ouvi mainha, me tornei ouvinte demais, eu sei que ela não quer o meu mal
mas ainda não aprendi a me defender do jeito dela de ser, ansioso e angustiado
falando de um problema a outro, de um a outro, de um a outro, e nesse enredo eu me lasco
não consegui ouvir minha filha, respondi perdida nas emoções dos gatilhos
e ouvi mainha há pouco de novo, é muito difícil entender que quem me ama pode fazer mal, e mais ainda que sou capaz de repetir isso
me sinto incompetente, incompetente comigo, incompetente como mãe, incompetente como filha
porque não é possível que para ser amada eu tenha ouvir tanta angústia e ansiedade
não é possível que eu ainda caia na mesma armadilha de acreditar nisso, acreditar que sou vítima
E mais difícil ainda, que eu sou meu algoz, chega a ser ridículo
agora que não tenho mais reservas com ela, agora que entendo o que se passou
por que os gatilhos ainda são acionados com tanta intensidade?
porque eles sempre existirão, e enquanto ainda gasto um tempo entre reagir e pensar
isso de me entregar sem reservas, me leva (de novo) pra merda
tenho que impor limites, demarcar meu território
Eu não preciso mais me pôr no lugar do(a) outro(a) e carregar as dores dele(a) para ser reconhecida
Acontecer mais uma vez não é acontecer pra sempre.
Já tou de volta do inferno e ele não dura pra sempre.
Em frente.
Foto: printei de @janaina_nportella
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