2017

Lôra, 

Abanando o rabo e se abaixando, submissa e pedinte, apareceu do nada na porta da cozinha do sítio. 

- Meu Deus, pequena, vem cá! E coloco no braço. 

- Gente, ó o que apareceu aqui, do nada! De onde? 

Sem comida não vai ficar... mas cheia de carrapatos, antes, banho. Cheirosa, limpa e de barriga cheia, começa o dengo (e o impasse). 

Lu, não dá trela, a gente NÃO VAI FICAR COM ELA! 

não vai ficar com ela... não, ela... (e o não vai ficar vai ficando cada vez mais minúsculo...)

Passa a primeira noite, ela fica, chega a segunda noite, ela fica... e painho: 

- Gostei dela! (BINGOOO!)  

Mainha reluta um tico mas também consente.

Nen adora cachorro, também está dentro. 

Mel, que nem no sítio tava, também quer.

Dandara lascou-se, só ela contra, ciúme da gota. E tome dengo também em Dandara para amansar a fera. 

Finalmente, até Dandara consente.

E no dia de vir embora, Lôra, Lorinha, Galega, Sarará, SOME! do mesmo jeitinho que chegou, sumiu do nada.

Painho sobe o morro, Nen vai ver se ela está presa em algum lugar, mainha em pé olhando da varanda.

Decido descer até a vila.

Bato, pergunto, chego na casa de uma cadela com filhotes. Um deles é a Lôra, feliz da vida, brincando com a mãe e a irmã.

A dona me oferece ela. Agradeço, mas volto sozinha.

Ela fez a escolha dela. Respeitei, mas não sem passar a tarde esperando ela aparecer de novo. Nada. 

Lorinha, quem tá certa, afinal, né que é tu!?

És LIVRE!!!

E eu aqui na minha caixinha urbana, achando o máximo morar engaiolada.

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