Começo a me separar um pouco emocionalmente do meu pai, deixar meu coração se conectar com o dele é bonito, mas ir adiante, me colocando sofrendo com ele pelo sofrimento dele, não é real, é ilusório e muito ruim, me faz mal e não  ajuda.
Em relação a minha mãe, o meu equilíbrio tem se desfeito muitas vezes, ela respira painho, sente por painho como se fosse ele, e sofre, e transborda e respinga sofrimento e ansiedade e eu ainda caio, é um convite permanente para que eu faça o mesmo. É um jogo antigo de amor e dependência, do qual eu fiz parte por muito muito tempo, e de certa forma ainda faço.
Segunda e ontem tive pressão muito alta, vi que se não me cuidar vou antes. Eu aqui no hospital sozinha com painho, fazendo consulta online no banheiro com o pronto socorro do meu plano. Chega foi meio ridículo, eu sei. Nesses momentos sempre lembro de alguns internamentos atrás, quando um dia em delírio painho disse:
- Lu, tu vai antes?
Me surpreendi. - Não sei pai, o que tu acha?
- Eu vou tentar ir antes.
- Vai?
- Vou.
- Tá certo pai. 
17,5x11 e 18x11, mai né o binidito? Morrer sozinha com painho acamado, num hospital que nem meu plano atende? Morreu de quê? De aperreio! E antes do pai. É, né justo não. Posso continuar nesse jogo não.
Outro ponto emocional importante, resolvi retirar Antônio, a música me machucou, o amor não deve ser pisoteado, é outro jogo que estou cansada, procurar sinais onde há indiferença, então não faz sentido deixar a curiosidade volátil de rede social. Eu ainda ficava ali, esperando que um dia ele tivesse coragem de sentir, que não tivesse medo, que no meu entender disciplina não era para saber abafar sentimentos e nem sufocar a criança que grita, mai pi, fui soberba sobre a vida dele, entendi que não faço ideia do que seja e que não é da minha conta. Criei muita coisa ilusória sobre o que ele sentia,  muita construção que me levou ao sofrimento. E é interessante ver como ainda dói, dói no meio do peito desistir, porque acreditei realmente que iríamos juntos. No fundo, sempre desconfiei do amor, mas acreditei que o da gente ia se acertar (que da gente?). Luluzinha, você foi muito longe com a carochinha aqui. Hoje conversei de novo com Suzana sobre este assunto, ela disse que acontece, que existe amor que marca e que isso vai se acalmar. 
Estou voltando pra casa e isso é bom,  preciso fortalecer o equilíbrio nos lugares mais sensíveis.

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