O trauma me fez aprender adaptações para continuar existindo, uma delas foi sentir a dor do outro como minha, toma-la para mim, na necessidade de ser reconhecida. O processo trouxe o aprendizado de saber enxergar a dor do outro. A dor trouxe o dom. Mas não havia sabedoria, eu entregava meus pedaços para a cura do outro, fragmentada.

A busca constante, curiosa, focada e bem orientada trouxe amadurecimento, fiz o caminho de volta, reconhecendo e recolhendo meus cacos no percurso. Achei que ia morrer. Renasci.

Da dor nasceu um dom, mas ele só pôde despertar com sabedoria junto com o meu despertar. Ele está tomando força e equilíbrio, porque eu estou tomando força e equilíbrio.

Foi preciso eu me perder para aprender a usar o meu coração para me encontrar, do contrário eu não alcançaria a sensibilidade da compaixão. 

Agora eu posso começar a não me confundir.

Eu posso até ir ao outro, permanecer inteira é base e estrada, então posso abrir o meu coração e ver a tua ferida, posso te ouvir também, mas é você quem faz as tuas curas.

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