Ontem foi a confraternização do trabalho.
Me concentrei para focar na gentileza do meu chefe, em trazer lembranças simples para fazermos um amigo secreto na hora e em deixar o presente mais especial para a moça que tanto nos ajuda e é terceirizada. Em levar um torta para o almoço quando o aniversário mais recente foi o dele. De fato, ele é gentil, quando tirei licença para cuidar do meu pai, ele não questionou (sim, eu estava amparada pela legislação), mas ouvi questionamento do outro chefe, e eu soube me posicionar. Desse chefe senti respeito e compreensão, ele é um jovem pai de três filhos, talvez isso ajude. Eu sou responsável no meu serviço, dou conta.
Antes me concentrei no cuidado que tivemos em chegar no trabalho mais bem vestidos para o almoço, houve quem fez unhas e cabelo. A promessa era de um encontro harmonioso, uma idealização minha.
E por que me concentrei nisso? Porque foi a parte que fez valer estar ali. Por que eu sei que não quero mais ir a um restaurante daquele. É bom dizer: eu não quero mais ir a um lugar daquele. Ponto. E por quê?
Porque o lugar é enlouquecedor! Um rodízio com foco em engolir o máximo de comida para fazer valer o que será pago. Lotadíssimo, barulhento, não dava para conversar, um piano tocando no meio daquela feira do troca, parecia uma alucinação. A mesa reservada seria mais sossegada, mas escolheram a mesa mais perto da comida, jesusmesocorra! Precisei de esforço para silenciar pelo menos dentro de mim mesma.
Se fosse um lugar para se dançar, com música boa! Mas aquilo voltado para se empanturrar eu não quero mais pra mim. Ainda pensei hoje naquele pobe piano tocando música calma, perdido e sem sentido no meio do barulheira. Combinaria mais um Tantan taranrantantantan.
É bom saber onde não quero mais estar. É bom dizer não, foi um aprendizado, aprender a dizer não sem me inquietar porque o outro não foi atendido. Até mesmo com mainha, que é por quem tento fazer quase sempre. Hoje digo não e meu corpo permanece tranquilo, e isso é muito bom! E mais interessante, o outro suporta bem, eu não sou responsável por manter o bem estar do outro para ser reconhecida. Tenho consciência do meu avanço, e fico satisfeita.
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