Ontem fiz esta foto, fiquei na dúvida se estava morta ou viva e não mexi para não perturbar, então depois soube que é o exoesqueleto de uma cigarra que foi amadurecendo e trocou pra nova roupa... tem significado pra mim. Estou trocando e trocando de pele, soltando, deixando ir ideias que reconheço ultrapassadas, não preciso mais delas.

É bom de me ver neste processo, me integrando em mim. É interessante ver por quantas fases passei, amadurecer é isso, afinal.

Olho para trás e vejo quantas vezes já morri e renasci. Olho para as sensações agora com medicação para doença autoimune, aceitação serena que veio junto com respeito e cuidado com o meu corpo. De quando painho morreu até agora, sinto que atravessei alguns portais.

Um assunto em particular ainda olho com pasma serenidade, como acreditei por tanto tempo e segurei o pensamento fixo em Antônio quando me senti rejeitada e abandonada. Cristo! Como aquilo era forte! Respondi com a necessidade de uma criança que se sentiu abandonada aos 8/9 anos. Como empoderei um outro ser humano como essencial!? Aquilo foi um importante aprendizado! Aquela fixação que me deu a oportunidade de aprender tanto sobre minha ferida de infância! 

Não era sobre ele. 

E quando meu pai estava morrendo e meu primo ligou e disse: Você está sozinha com tio Lula, minha linda? Tão triste ver tio Lula assim, ele nunca fez mal a ninguém! Pronto, o pânico se instalou, um pânico visceral, painho tava morrendo e não ia me proteger, até me imaginei me jogando do prédio na frente do café do hospital. Tinha terapia e fiz no carro, e Suzana soube me ajudar a sair do pânico e me ajudar a voltar para a adulta que sou. Outro imenso aprendizado. Outro portal de transformação.

Era sobre o trauma.

Os portais tem sido muitos. Muitos. Eu estou aprendendo a serenar em meio à beleza e ao caos da vida. Tou satisfeita.

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