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Mostrando postagens de novembro, 2020

Curada? Início da cura.

Ansiedade imensa, sensação de insegurança, de não ser capaz, de não conseguir parar de fazer coisas e de que não dou conta, vontade de ficar quieta, escondida, medo, sensação de perigo e de que não sou capaz de lidar com as inúmeras possibilidades de perigo e insegurança e coisas que tenho para fazer e resolver. Falei tudo para Ana. Ana conversa, conversa, me pergunta se eu acho que os perigos são reais ou se estão aumentados. Aumentados. Muito. Ana me pergunta se eu sinto que os sentimentos e as emoções são de agora ou se vem de quando? Do passado. Ana fala sobre o meu medo, a minha insegurança, e se eu gostaria que alguém resolvesse por mim, se eu gostaria que alguém me acolhesse. Sim! E continua: Você conseguiu dar conta das coisas que tinha para resolver, mesmo com medo e insegurança? Sim. Você acha que essa insegurança, esse medo, essa necessidade de acolhimento, vem do passado. Quem no passado deixou de te acolher e está te trazendo essas sensações? Eu mesma pequena. Ana se surpr...

Mundo cão

Rua das Calçadas para consertar óculos. Sem o app da zona azul, procuro o rapaz que vende. Um homem que estacionou tb procura, nada. Baixo o app, tudo certo. Qdo passo pelo homem que tb procurava, ele me informa onde comprar na outra rua. Agradeço e ando rápido pra pegar o quiosque aberto. Tava aberto! Deixo os óculos e me sinto culpada pq não ajudei o homem, volto, encontro ele vindo e digo que posso colocar o carro dele no meu app, sem problema. Foi aberta a temporada de caça!? E sou eu!?? O caba segura meu braço, chama para um suco, um café, e fala, e como fala!, e enquanto fala olha de relance para algumas mulheres que passam. E volta ao elogio. Segura minha mão, tiro, segura meu braço de novo, me afasto. Digo que de fato eu só quis ajudá-lo e não houve outra intenção e vou embora. Ele quer se despedir com um beijo na bochecha, e vem se chegando de máscara e tudo. É o quê, Porra!??? Perdi a paciência. Chego no quiosque e peço álcool e passo nos braços e nas mãos.

Fim de um relacionamento

Senti, senti e senti, fui deixando os sentimentos trazerem as emoções, e observei, sem juízos demais sobre elas, tentei avaliar em mim o que aquilo ia causando. Então depois trazia para a razão e avaliava o que era exagero e o que me machucava de verdade. Foram dias difíceis, a ansiedade que senti com o afastamento emocional  dele me machucou, eu lembrava que tínhamos combinado de ser francos, não entendi. Então observei e aguardei. Ouvi palavras demais de aproximação demais: eu não estou mais sozinho e isso traz alívio, me peguei cantando, Lu, quero tu, precisávamos nos encontrar depois de cinco anos e de termos vivido o que vivemos, estamos no momento certo. E as duas primeiras semanas foram exatamente assim, de aconchego, de conversa, de construção de intimidade. Quando nos encontramos aqui e quando fomos para João Pessoa foi exatamente essa sensação. Na terceira semana, aqui em Recife, já foi esquisito, ele optou ficar em quarto com camas separadas, quando me pegou em casa depo...

Inteireza, afinal

Para que eu não esqueça. Meditei para controlar a ansiedade e a sensação ruim que me acompanhou a semana toda. De rejeição, de necessidade de atenção, de codependência, de precisar ser validada por Carlos. Antes de meditar e me concentrar apenas na vela, lembrei da conversa com tia Emília e com a psicóloga sobre quem estar comandando ser a minha criança ferida, sobre a necessidade de eu me colocar à frente dela e dizer que eu sei resolver, que ela pode ficar tranquila. E então respirei e meditei, e fui conversar com Carlos. E finalmente consegui entender que ele parece que não está pronto para o amor. O amor que ele procura é uma tábua de salvação e hoje aprendi que só você mesmo pode se salvar, só quem descobre o amor próprio está pronto para amar. Ele é um homem ansioso e cansado, que quer encontrar alento e colo. Ele está cansado, come demais, estressado demais, pré diabético e continua comendo todo dia comida gordurosa. Falei com ele alegremente, enxergando o amigo de 5 anos, o ami...

Blindagem

Pra quê se precisa de blindagem no coração? Por que eu preciso dessa proteção? Estou vivamente próxima e consigo até me misturar, mas quando olho mesmo, lá dentro do meu coração, encontro chumbo, vazio, segurança, tão desnecessário isso! Tento me dizer. Aprendi a viver os momentos, me diziam demais para fazer isso. No início eu sofria, não sabia ser fugaz. Agora vivo os momentos e sinto falta do apego, sinto falta de estar disponível no mais íntimo do meu coração. Aprendi a me proteger, só que de uma forma tão bem protegida que chego a pensar, e se acabar hoje? Tudo bem. E se continuar hoje? Massa! Tudo bem. Lá no fundo do coração, eu deixei de ser amor? E pela dor passei a ser chumbo?

Sincronicidade

Cinco anos. Que aprendizado da gota! Para ambos. Uma amizade pautada na partilha e, porque não, em alguma desconfiança, relação homem e mulher de amizade, só se for muito bem delimitada. E não era o caso. Um queria descobrir o mundo. Se tornar conhecedor do sexo oposto, desvendar o universo feminino para entender o que havia acontecido.  Enquanto por outro lado sentia falta do amor que havia idealizado. Então bateu em muitas portas, em algumas encontrou meias respostas, em outras, lições, todas necessárias. Ganhou a experiência que ansiava, e também frustração. Retirou parte da ansiedade e da idealização e ficou a vontade de amar e ser amado. A resposta era essa, simples, para um caminho tão longo. Coisas da vida. A outra não entendia de amor sem dor, e essa certeza oculta era tão enraizada que dispensou quem não tinha luta e dor a oferecer junto com amor. Então amou e foi amada, sempre amor com uma dose de dor, de doação, de se tornar responsável por curar a dor de seus homens, ta...

Cavalos de força

Uma vez li sobre três cavalos. Algo assim. O primeiro aprendia ao som do chicote estalando. O segundo obedecia com a batida do chicote no lombo. Então aprendia. O terceiro ouvia o chicote, sentia a dor, e resistia, não conhecia outra resposta. Sem dúvida fui o terceiro cavalo durante muito, muito tempo. E agora que aprendi a ser também os outros dois, não lamento.  Com o terceiro cavalo aprendi a resistência à dor. Com o segundo aprendi a estar atenta, a avaliar a movimentação. E afinal, com o primeiro aprendi a escutar a minha intuição, a antever a dor e a ser capaz de mudar pela experiência. Sou grata pelo aprendizado. Que eu saiba usar cada um dos meus cavalos com sabedoria.