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Mostrando postagens de agosto, 2024

Phoda

Hoje está um dia dificil, muito difícil. Estou cansada. Ontem de noitinha comi um monte de besteira e não estou conseguindo ir pra academia, o que torna as coisas piores. Estou cansada. Estou cansada também de estar cansada. Apenas repousar em um humor calmo hoje foi pra puta que pariu. Foi preciso pulgas de pombos invadirem a minha casa para eu enxergar nitidamente o quanto abandonei o lugar em que moro. Pela primeira vez olhei as fotos que fiz depois de arrumar a casa após a artroplastia,  em agosto/2023, eram fotos para vender o apartamento.  Como vieram muitos problemas e muito estresse emocional, somado à necessidade de cuidar de mim fisicamente, chegar do trabalho e ir para a academia, deixei para lá os planos. Fui dando conta do que conseguia. Agora é aguentar o tranco, mesmo porque não tem tangente para sair. E arrumar as coisas dentro e fora como puder.
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  Agora percebo que muitas vezes na vida estive assim, fluindo e vivendo o momento, aceitando o momento como ele se apresenta (e foi quando me senti mais capaz de resolver o que precisava), como estou agora, acompanhando meu pai no hospital. Só que eu tinha aprendido há muito muito tempo, que a vida é a emoção que guardamos daquela fase específica, como se só pudesse ser guardada assim na memória, para ter sentido. Tipo: foi difícil /foi dificílimo/ foi bom/ foi maravilhoso... Reduzindo dias, semanas, meses, anos, em única definição. Eu acreditava, porque aprendi assim, que esse seria a forma certa. É isso, não preciso mais desta regra que aprendi.  E quando leio: "o humor básico é só ter calma", vejo que ele atualmente é o estado de humor mais comum do meu pai, é fácil estar com ele e cuidar dele.  Transitar na vida com calma está se tornando meu lugar preferido.

Medo

Domingo vim na ambulância com painho, mais uma pneumonia por bronco aspiração. Estou com medo, é um medo resiliente e dentro dele tem força de ação. É um medo experiente, já estive aqui antes. Domingo cheguei em mainha pra almoçar e painho tossindo e rouco, tinha começado de madrugada, vimos que ele estava fora da rotina, e chegou a febre baixa. Esperamos a ambulância porque era mais seguro, para ele não descompensar no carro comigo e meu irmão. Ontem ele estava melhor que hoje, ontem eu disse:  -Dedizinho do meu coração! - É teu. Te amo, mulher! - Eu também te amo, painho, tu sabe que tu é minha afinidade nesse mundo, né? E ele fechou os olhos e abriu, olhando pra mim com o maior olhar de aceitação que tenho nesta vida.  Ontem de noite ainda fui pra academia, não adianta entrar no ciclo de dor e sofrimento e comer besteira. Cheguei exausta, tomei banho e me deitei. Quase dormindo começou uma coceira aqui e outra ali no rosto, achei que era impressão. Mas era muita e em muitos...
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Sábado fui ao samba, desci do uber e passei na calçada de um barzinho com forró, o que eu ia era vizinho. Dois homens conversando nesse bar ficaram olhando quando passei, e continuaram olhando quando estava entrando no que eu ia. Um deles veio, perguntou se eu não gostaria de ficar com ele no forró. Eu agradeci e disse que ia ficar com amigos, então ele perguntou se podia comprar entrada onde eu ia, para me conhecer, recusei, ia perder minha liberdade e podia nem gostar da companhia dele. Ele se despediu.  Olhei a minha roupa, se tinha algo fora do lugar ou escandaloso. Não tinha. Estou bem acima do peso e talvez seja o que minha filha disse, que meu corpo está mudando com a musculação, e que sou bonita mesmo, talvez. Aqui eu já tinha percebido a minha avaliação sobre mim mesma, depreciativa, uma mulher, as regras sociais e o carrasco interno.  Entrei no bar. Xanda me recebeu com um abraço e boas vindas. Duas pessoas com ela na mesa, uma moça que conheço, ao lado dela um rapaz...

Destravar

Pela primeira vez eu enxerguei a minha própria energia, foi dia 15/08/2024, numa quinta-feira. Eu estava em um momento de ansiedade, onde estavam mainha, painho, Mel e o que tivemos que resolver hoje, troca da GTT de painho, ansiedade de mainha e nossa. Do nada, enquanto painho passava do banco do carro pra cadeira de rodas, e havia tensão em mainha e em mim, eu vi dentro de mim uma energia laranja, rodando rápido dentro de mim, me pegou de surpresa, era como uma nuvem laranja com pontos de outras cores, como sujeira talvez pontos cinza e pretos. E agora que parei fui procurar algum sentido, e encontrei que pertence ao chakra sacral ou esplênico (quadril)? E noite na terapia acessei sentimentos muito antigos, como a própria criança em relação a mainha, ainda não tinha conseguido chegar lá. E acordei com uma compaixão imensa por ela.  Tenho vivido experiências interessantes, talvez porque esteja aceitando que tenho essa facilidade, não preciso mais me esconder do que sinto e vejo....

Assentamento

Alguma coisa definitivamente está mudando (não é isso a fluidez e impermanência?). E isso é bom. Hoje ouvi algo assim, nascendo, naturalmente os obstáculos vão fazendo com que criemos em nós mesmos um ser compartimentado, uma definição de eu baseada em histórias, nossas sobre nós mesmos e sobre os outros, e deles sobre eles mesmos e sobre nós. Num emaranhado sem fim. E então, talvez o sentido da vida seja voltar ao todo, e mais cedo ou mais tarde faremos o caminho de volta, quando começamos a enxergar a individualização em que criamos a certeza do 'eu assim' (ego).  E talvez por isso, seja bom encontrar sentido na própria vida, exatamente como ela se apresenta, porque ela é fruto do meu "eu e minhas circunstâncias" embaralhado nos outros e nas circunstâncias dos outros. Enxergando assim, faz sentido a vida ter sentido por si mesma, afinal, se ela é a consequência de tudo que vivi até aqui: eu + minhas escolhas (baseadas em minhas histórias mentais) + os outros (e as h...

Omulu

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Sonhei com um gato preto e branco, um gato que a gente descobriu que todos gostavam e que passava em todas as casas, e eu pensava, meu Deus, como ele pode estar em todas as casas ao mesmo tempo, e ser querido como gato pessoal, era um gato especial, muitos em um.? Eu também gostava dele. Ele era um gato único de algumas famílias do lugar. Eu tinha visto ele sentado na mesa branca de mármore, que tinha os pés de granito preto, eu gostava dele ali e uma figura masculina sentada na cadeira ao lado também gostava. Um dia D. Edson (meu vizinho de 80) resolveu que o gato incomodava e levou o gato pra soltar longe, eu soube de manhã. Encontrei S. Edson na calçada com a família, comecei a conversar com ele tentando convencê-lo de que o gato era importante para todos, para ele me dizer onde tinha soltado para eu ir procurar. Meu pai ficaria triste sem o gato, e tio Ricardo (Titica) também. Depois de um tempo com ele resistente, resolvi dar um abraço nele, perguntei antes se podia, nem sim e nem...

Atotô!

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Grata por tanta ajuda, parceiro amado. Acabei de pensar que é estranho te chamar de parceiro, mas o que sinto ecoou e disse, é isso. Hoje é comemorado o teu dia e eu não sabia, ontem recebi um grande presente, que ajuda a voltar para a ordem natural Dele, uma frequência que já reconheço que existe. Ontem, o laranja foi a minha cor predileta, guardo a experiência comigo. "Silêncio! Pois o que há para ser dito está dançado".

Espaço

Apego. Cinco letras que pesam. Liberdade, nove que flutuam. Quando estou livre dos meus julgamentos (e estigmas) sobre o que sou, quem sou, como sou, o que devo, ou não devo, certo ou errado, onde tudo é julgado, encaixado, medido, pesado e catalogado, quando a liberdade se instala e o ego se aquieta, incrivelmente tudo cabe. E mais incrivelmente ainda, assim bem redundante, retumbante, é que as melhores escolhas acontecem.  É fato, tenho muitas feridas, chamo de feridas as experiências que vivi quando não tinha idade para compreensão, então as interpretações se cristalizaram como pude assimilar lá na infância. Criei muitos estigmas sobre mim mesma e sobre os outros, e fui isso durante muito tempo.  Tenho mudado muito, me descolar do eu sou assim tem me libertado, foi um longo caminho até acordar de madrugada com a frase: a liberdade que você tem ninguém te tira, Luciana. Ainda lembro desse dia, acordei falando essa frase, acordei e escrevi, adormeci. E de lá para cá continuo ...

Limbo

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Limbo. Aquele lugar que não é nem lá e nem cá. Acordei assim. Acontece as vezes. Por sorte, alguém ou alguma circunstância me traz de volta. Quando não, volto sozinha. Depois, é como acordar num susto: Oxe, eu tava bestando!? Tava, mas voltei! E o prazer volta de novo, o deboche também. E hoje dois eventos me trouxeram.  Um caba do Rio que conheci lá em 2016 reapareceu no whatsapp e falou em saudade, acreditei não, mas ele falou um bocado de coisas das quais rimos e eu não lembrava, e isso foi bom. Também lembro dele. Só. Acredito que ele lembre de momentos da gente, porque foi interessante, mas principalmente que virá em fevereiro e quer companhia, assuntando terreno. Não mais. Me fez bem ele me lembrar quem sou, ou quem fui. E aquilo me acendeu em mim de novo.  Na hora do almoço fui me esquentar no carro e cheguei a roda tinha sido travada porque parei errado. Pensei em ir resolver, culpada (êpa! conheço esse lugar), parei e ri, o deboche chegou e fui me esquentar mesmo. Pas...
Algumas coisas a gente sente e procura a vida toda por uma resposta, que de tanto procurar um dia encontra. O mistério é revelado. O fio por onde caminhou a existência até aqui, os pontos, os entrelaçados, os porquês, foram abertos e já dá pra ver claramente onde se inseriu a tua história. E agora, sem filtros, quais as escolhas?